Arqueologia comunitária

Arqueólogos exploraram um extinto cemitério no terreno da Cúria Metropolitana. Porto Alegre, RS, em 2012.

A arqueologia comunitária é uma das vertentes da arqueologia que busca envolver comunidades nas pesquisas arqueológicas e nas iniciativas de representação de seu patrimônio cultural.[1] O campo possui muitas afinidades com a arqueologia pública. Há um debate sobre se os termos são intercambiáveis ou se a arqueologia comunitária não seria uma forma de arqueologia pública. Porém, também foi sugerido que a arqueologia pública se distancia da arqueologia comunitária ao focar na produção e no consumo de "mercadorias" arqueológicas.[2][3] O design, os objetivos, as comunidades envolvidas e os métodos em projetos de arqueologia comunitária possuem muita variação, mas há dois aspectos gerais presentes em todos os projetos de arqueologia comunitária. Em primeiro lugar, a arqueologia comunitária envolve as comunidades "no planejamento e na execução de projetos de pesquisa que lhe são de interesse direto".[4] Em segundo lugar, os arqueólogos comunitários geralmente acreditam que possuem uma visão altruísta sobre o outro dando voz às comunidades. Muitos estudiosos no assunto argumentaram que não existe um método pré-definido de colaboração da comunidade na investigação arqueológica.[5] Embora não seja encontrado em todos os projetos, há uma série de propósitos e objetivos recorrentes na arqueologia comunitária. Similaridades também são encontradas em diferentes países e regiões - devido a semelhanças em comunidades arqueológicas, leis, instituições e tipos de comunidades.[3]

Comunidades

Definições

Em um sentido estrito, comunidades são agregados de pessoas que raramente possuem a mesma cultura e nunca têm a mesma opinião.[6] Dentro da arqueologia comunitária é possível dividir as comunidades em três tipos diferentes, mas intercambiáveis: as comunidades locais, as comunidades de descendência local e as comunidades de descendência não local ou diaspórica.[7]

Comunidades locais e comunidades de descendência não local

Comunidades de descendência são aquelas que estão ancestralmente ligadas a um local. Comunidades de descendência local são aquelas em que os descendentes vivem nas proximidades de um mesmo local. As comunidades de descendência diaspórica “são grupos que estão ligados a um local, mas que vivem em outro local, potencialmente a centenas ou mesmo milhares de quilômetros de distância”.[8] Colaborações arqueológicas com comunidades de descendência local incluem aquelas realizadas em sítios proto-históricos e que colaboram com indígenas ancestralmente ligados a eles, assim como em escavações de plantations na qual colaboram descendentes locais de escravizados que trabalharam nela.[9]

Comunidades locais de não descendência

As comunidades locais são simplesmente comunidades que vivem "dentro ou perto de um local"[10] e as comunidades locais de não descendência são aquelas que não acreditam ter uma relação ancestral com o local. Esta categoria inclui proprietários de terras, voluntários, empresas e stakeholders locais. Alguns pesquisadores acreditam que muitas das principais questões da arqueologia comunitária são aplicáveis a comunidades locais de não descendência e que essas colaborações são cruciais para os arqueólogos que buscam compreender o contexto social local de seu trabalho.[11]

Questões fundamentais

Decolonização

A arqueologia é uma prática cuja história está enraizada no colonialismo. Muitos arqueólogos e comunidades afirmam, inclusive, que a arqueologia nunca escapou de seu passado colonial.[12] Um dos principais objetivos dos arqueólogos comunitários e dos projetos de arqueologia comunitária é decolonizar a arqueologia.[13] Ao decolonizar a arqueologia, os arqueólogos estão tentando dar às comunidades mais controle sobre cada estágio do processo arqueológico. Por exemplo, alguns programas começaram a reunir líderes indígenas globalmente para discutir métodos compartilhados de decolonização por meio da colaboração arqueológica.[14] A arqueologia comunitária, o compartilhamento de conhecimento arqueológico, dentre outros tópicos, foram vistos como partes cruciais da decolonização.[15] Publicar pesquisas arqueológicas em licenças de acesso aberto para facilitar o uso desse material é outro aspecto da decolonização.[16]

Autorreflexão

A arqueologia comunitária pode amenizar ou prevenir formas de violência contra comunidades causadas pelas práticas tradicionais da arqueologia. A autorreflexão é pensada como uma espécie de olhar para um espelho metafórico e inclui tentativas de tornar explicitamente visível a violência - como a colonização - da qual a arqueologia fez parte implicitamente.[17] Os arqueólogos podem lançar mão da autorreflexão nos primeiros contatos com as comunidades como forma de quebrar a dinâmica de poder desequilibrada entre comunidades não acadêmicas e arqueólogos.[18] A autorreflexão entre arqueólogos - como discussão com membros da comunidade, redação de diários de campo e trabalhos profissionais sobre autorreflexão - também pode ser um meio de identificar aspectos antiéticos e violentos de projetos arqueológicos.[19]

Contato com o público

O contato com o público, em arqueologia, é uma forma de apresentar descobertas arqueológicas a não arqueólogos e é geralmente um aspecto crucial da maioria dos projetos de arqueologia comunitária.[20] Esse contato pode assumir várias formas, desde uma única palestra para uma escola local até acordos de longo prazo com as comunidades para o desenvolvimento de programas de cooperação elaborados.[21][22] Muitos pesquisadores acham que a arqueologia e as descobertas arqueológicas são excessivamente distorcidas pela mídia e por associações ocidentais, e que o contato direto com o público é a melhor maneira de informar não arqueólogos sobre o que os arqueólogos realmente fazem e encontram em seu trabalho.[23] A participação do público pode também significar um envolvimento da comunidade local em todo o processo que envolve a pesquisa arqueológica. Isso permite que as comunidades sejam agentes ativos junto aos arqueólogos tanto nas prospecções dos sítios quanto nas escavações.[1]

Abordagens

Interpretação pela comunidade

A interpretação de descobertas arqueológicas pela comunidade é um aspecto quintessencial da arqueologia comunitária. De forma ampla, ela também é vista como um aspecto importante da "arqueologia decolonizadora", pois empodera os não arqueólogos para interpretar o passado.[24] Vários arqueólogos comunitários criaram projetos que dão à comunidade um papel importante na interpretação e disseminação de informações arqueológicas.[25] A participação da comunidade acontece na interpretação das descobertas, assim como em qualquer aspecto do projeto, como sua teoria[26] e seus objetivos.[27] O envolvimento da comunidade mina o controle exclusivo que os arqueólogos tiveram sobre o passado material e dá aos não arqueólogos a chance de interpretar o passado.[28] Muitos arqueólogos argumentam que a incorporação do conhecimento local é importante para a sobrevivência da arqueologia como disciplina acadêmica.[29] O grau de controle interpretativo que as comunidades têm em projetos arqueológicos varia desde o uso por arqueólogos de interpretações obtidas em entrevistas e consultas à comunidade[30] até publicações acadêmicas escritas por membros da comunidade baseadas em questões suscitadas por eles ao longo do projeto.[31]

Compromisso de longo prazo

Etnógrafos e especialistas em desenvolvimento socioeconômico mostraram[32] que uma relação de longo prazo é necessária para desenvolver entrosamento e respeito mútuo com a comunidade local. Eles também argumentam que, para a colaboração ser bem-sucedida, os arqueólogos devem assumir um compromisso de longo prazo com a comunidade[33] a fim de compreender a dinâmica do contexto social de suas pesquisas. Sem essa profundidade de conhecimento, os arqueólogos correm o risco de tomar decisões com consequências indesejadas.[34] Por exemplo, as colaborações e repatriações têm sido mais bem-sucedidas onde arqueólogos e povos originários se encontram regularmente e desenvolvem amizade e respeito mútuo.[35] Nina Versaggi apontou em suas pesquisas que "permitir que o processo demore é o que importa".[36] Levando esse dado em consideração, muitos arqueólogos comunitários buscam planejar conduzir colaborações duradouras desde o início do projeto.[37]

Etnografia e conhecimento da comunidade

Como método para conhecer a comunidade, os arqueólogos têm defendido o uso da etnografia em projetos de arqueologia comunitária.[38] Embora a maioria dos estudiosos ache que não é necessário que todos os arqueólogos se tornem etnógrafos de formação, é desejável um certo grau de conhecimento etnográfico antes de iniciar um projeto.[39] Alguns projetos de arqueologia comunitária contam com dados etnográficos coletados por membros da equipe de pesquisa.[40]

Museus e instituições

Membros da etnia Mashantucket Pequot no Mashantucket Pequot Museum and Research Center, 1997.

A construção de museus ou outras instituições que possam atuar como centros educacionais, repositórios de materiais arqueológicos e centros de colaboração científica e sociocultural com a comunidade em questão é um objetivo comum de longo prazo para muitos projetos de arqueologia comunitária. Esse objetivo vem sendo cada mais alcançado.[41] Os museus se tornaram centros de divulgação e colaboração tanto para as comunidades locais quanto para as comunidades não locais.[42] Um exemplo bem conhecido de um museu criado por uma colaboração entre ameríndios e arqueólogos é o Mashantucket Pequot Museum and Research Center, que é "o maior museu de propriedade de indígenas americanos nos Estados Unidos".[43] Ele tem vários laboratórios e coleções para fins de pesquisa científica e uma equipe que inclui cinco arqueólogos contratados no regime de tempo integral.[44]

Publicações voltadas para a comunidade

Outro método usado na arqueologia comunitária para o compartilhamento e a distribuição de conhecimento arqueológico é a publicação ou apresentação de materiais especificamente para a comunidade. Isso inclui livros, panfletos, histórias infantis,[45] livros de exercícios orientados para escolas,[46] histórias em quadrinhos,[47] sites,[48] palestras abertas, programas de rádio, de televisão e de notícias, encenações dramáticas, criações artísticas e literárias, publicações de acesso aberto[16] e demais formas.

Pesquisa participativa

A pesquisa participativa é outro método que os arqueólogos têm usado em projetos de arqueologia comunitária.[49]

Críticas

Quem fala pela comunidade?

Na arqueologia comunitária, por definição, as decisões não podem ser tomadas com base nas informações fornecidas por apenas um conjunto limitado de membros de uma determinada comunidade. Embora o número de consultores necessários varie, é raro que um pequeno subgrupo possa falar pela comunidade como um todo.[50] Às vezes, é mais claro quem deve ser contatado em uma comunidade, mas nem sempre é assim. Por exemplo, os arqueólogos nos Estados Unidos devem entrar em contato com o Tribal Historic Preservation Officer (THPO) antes de tentar estabelecer colaboração com etnias reconhecidas federalmente.[51][50]

Abordagem top-down

A abordagem top-down é aquela que os arqueólogos decidem quais serão os objetivos do projeto ou quais benefícios poderão trazer à comunidade antes de consultá-la. Esse método não é considerado apropriado para a arqueologia comunitária, pois a abordagem top-down cria uma troca unilateral de informações dos arqueólogos para a comunidade e impede a colaboração real. Cara Lee Blume argumentou que a "relação arqueólogo-informante [é] essencialmente exploradora e paternalista porque ocorre nos termos do arqueólogo - o informante deve abordar questões que os arqueólogos entendam - e exclui a participação de [membros da comunidade] que são incapazes ou não querem participar nesses termos".[52] Para ter sucesso na arqueologia comunitária, os arqueólogos começaram a empreender colaborações mais reflexivas com as comunidades indígenas.[53]

Cumprindo com compromissos de longo prazo

Alguns arqueólogos comunitários têm dificuldade em cumprir seus compromissos originais com a comunidade.[54]

Consulta e colaboração

Alguns estudiosos argumentam que a consulta feita pelos arqueólogos às comunidades não elimina o controle deles sobre o processo de interpretação e que essa consulta pode ser considerada uma abordagem top-down para a colaboração.[55] Além disso, alguns sentidos da palavra colaboração aludem a uma relação de oposição ou beligerante entre partes que cooperam entre si durante tempos de tensão ou de guerra. Nessa linha argumentativa, Robert L. Dean propôs que a palavra cooperação seja usada ao invés de colaboração.[56]

Ver também

Referências

  1. a b Ferreira 2008.
  2. Os termos aparecem como intercambiáveis em McDavid, 2002: 304 e Marshall, 2002: 214
  3. a b Moshenska (2009)
  4. Trigger (2007:260)
  5. Kerber (2006a)
  6. Marshall (2002:215)
  7. Marshall (2002:216); Singleton and Orser (2003:144)
  8. Singleton and Orser (2003:144)
  9. Hollowell (2006); Hollowell-Zimmer (2003); Singleton (2003); Shackel (2007); McDavid (2003); McDavid (2002)
  10. Marshall (2002:216)
  11. Atalay (2007)
  12. Ver Pyburn, 2003; Pyburn, 2004; Atalay, 2006; Trigger 2007; Pyburn, 2008b
  13. Atalay, 2006; Pyburn, 2008a; Pyburn, 2004; Spector, 1993
  14. Ver Atalay, 2006; Atalay, 2007; Pyburn, 2008b
  15. Atalay, 2006; Pyburn, 2008a; Pyburn, 2004
  16. a b Marwick, Ben (29 de outubro de 2020). «Open Access to Publications to Expand Participation in Archaeology». Norwegian Archaeological Review: 1–7. doi:10.1080/00293652.2020.1837233 
  17. Spector, 1993
  18. Moser et al., 2002: 234
  19. Edgeworth, 2006
  20. Specter, 1993; Herscher; McManamon, 1995; Jameson, 2003; Lynott, 2003; Wille, 2008
  21. Marwick, Ben; Pham, Thanh Son; Ko, May Su (15 de dezembro de 2020). «Over-research and ethics dumping in international archaeology». SPAFA Journal. 4. doi:10.26721/spafajournal.v4i0.625 
  22. Atalay (2007)
  23. Pyburn, 2008a
  24. Atalay, 2006
  25. Marshall (2002)
  26. Atalay, 2006
  27. Clarke, 2002; Moser et al., 2002; Kuhns 2008; Watson; Waterman, 2008
  28. Spector (1993)
  29. Miller (1980); Watkins (2003)
  30. Sanger et al. (2006:325)
  31. Ver Wiynjorroc et al., 2005 e Dean; Perrelli, 2006
  32. Pyburn (2007:177)
  33. Pyburn (2003)
  34. Pyburn (2007)
  35. Versaggi (2006:30); Dean and Perrelli (2006:142-143)
  36. Versaggi (2006:30)
  37. Knecht (2003) Moser et al. (2002)
  38. Pyburn (2007)
  39. Pyburn (2007:177)
  40. Bartu as cited Atalay (2007:257)
  41. Moser (2002); Knecht (2003); Smith (2003); Jones and McBride (2006)
  42. Wille (2008)
  43. Jones and McBride (2006:275)
  44. Jones and McBride (2006)
  45. Jones and McBride (2006)
  46. Moser et al. (2002:238-239)
  47. Atalay (2007:260-261)
  48. McDavid (2002, 2003)
  49. Strand et al. (2003); Hemment (2007); Pyburn (2007); Kuhns (2008)
  50. a b Rodriguez (2008); ver também Pyburn (2007); Wobst (1978)
  51. Dean and Perrelli (2006:142)
  52. Blume (2006:197)
  53. Atalay (2006); Pyburn (2007); Pyburn (2008)
  54. Marshall (2002:218); Singleton (2003); Rodriguez (2006)
  55. Atalay (2006); Clarke (2002); Versaggi (2006);Watkins (2003); Blume (2006:210)
  56. Dean and Perrelli (2006:145); ver também Brown and Robinson (2006:62); Blume (2006:210)

Bibliografia

  • Atalay, S. (2006). Indigenous Archaeology as Decolonizing Practice. The American Indian Quarterly, 30(3 & 4), 280-310
  • Atalay, S. (2007). Global Application of Indigenous Archaeology: Community Based Participatory Research in Turkey. Archaeologies: Journal of the World Archaeological Congress, 3(3).
  • Blume, C. L. (2006). Working Together Developing Partnerships with American Indians in New Jersey and Delaware. In J. E. Kerber (Ed.), Cross-Cultural Collaboration: Native Peoples and Archaeology in the Northeastern United States (pp. 197–212). Lincoln and London, Nebraska: University of Nebraska Press.
  • Breglia, L. C. (2007). Engaging Local Communities in Archaeology: Observations from a Maya Site in Yucatán, México. In J. H. Jameson Jr. & S. Baugher (Eds.), Past Meets Present: Archaeologists Partnering with Museum Curators, Teachers, and Community Groups (pp. 89–99). New York: Springer.
  • Castañeda, Q. E., & Mathews, C. N. (2008). Ethnography and the Social Construction of Archaeology. In Q. E. Castañeda & C. N. Mathews (Eds.), Ethnographic Archaeologies (pp. 1–23). Lanham, Maryland: AltaMira Press.
  • Colley, S. (2002). Uncovering Australia: Archaeology, Indigenous people and the public. Washington, D.C.: Smithsonian Institution Press.
  • De Cunzo, L. A., & Jameson, J., John H. (2007). Unlocking the Past: A Society for Historical Archaeology Public Awareness and Education Project. In J. H. Jameson Jr. & S. Baugher (Eds.), Past Meets Present: Archaeologists Partnering with Museum Curators, Teachers, and Community Groups (pp. 427–441). New York: Springer.
  • Dean, R. L., & Perrelli, D. J. (2006). Highway Archaeology in Western New York: Archaeologists' Views of Cooperation between State and Tribal Review Agencies. In J. E. Kerber (Ed.), Cross-Cultural Collaboration: Native Peoples and Archaeology in the Northeastern United States (pp. 131–149). Lincoln and London, Nebraska: University of Nebraska Press.
  • Derry, L. (2003). Concluding Remarks. In L. Derry & M. Malloy (Eds.), Archaeologists and Local Communities (pp. 185–188). Washington, D.C.: Society for American Archaeology.
  • Doroszenko, D. (2007). Adventures in Archaeology at the Ontario Heritage Trust. In J. H. Jameson Jr. & S. Baugher (Eds.), Past Meets Present: Archaeologists Partnering with Museum Curators, Teachers, and Community Groups (pp. 265–279). New York: Springer.
  • Edgeworth, M. (2006). Multiple Origins, Development, and Potential of Ethnographies of Archaeology. In M. Edgeworth (Ed.), Ethnographies of Archaeological Practice (pp. 1–19). Walnut Creek, California: AltaMira Press.
  • Fagen, B., & Rose, M. (2003). Ethics and the Media. In L. J. Zimmerman, K. D. Vitelli & J. Hollowell-Zimmer (Eds.), Ethical issues in Archaeology (pp. 163–176). Walnut Creek, California: AltaMira Press.
  • Farley, M. (2003). Participating in the Past: the results of an investigation by a Council for British Archaeology Working Party, from www.britarch.ac.uk/participation/report.html
  • Faulkner, N. (2000). Archaeology from below. Public Archaeology, 1(1), 21–33.
  • Faulkner, N. (2001/2002). The Sedgeford project, Norfolk: an experiment in popular participation and dialectical method. Archaeology International Issue, 5, 16-20.
  • Ferreira, Lúcio Meneses (2008). «Sob o fogo cruzado: arqueologia comunitária e patrimônio cultural». Revista de arqueologia pública. 3 (1): 81-92. doi:10.20396/rap.v3i1.8635804. Consultado em 18 de abril de 2021 
  • Fredericksen, C. (2002). Caring for history: Tiwi and archaeological narratives of Fort Dundas/Punata, Melville Island, Australia. World Archaeology, 34(2), 288–302.
  • Fry, B. (2007). Reaching Out to the Bureaucracy and Beyond: Archaeology at Louisbourg and Parks Canada. In J. H. Jameson Jr. & S. Baugher (Eds.), Past Meets Present: Archaeologists Partnering with Museum Curators, Teachers, and Community Groups (pp. 19–33). New York: Springer.
  • Funari, P. P. A., de Oliveira, N. V., & Tamanini, E. (2007). Archaeology to the Lay Public in Brazil: Three Experiences. In J. H. Jameson Jr. & S. Baugher (Eds.), Past Meets Present: Archaeologists Partnering with Museum Curators, Teachers, and Community Groups (pp. 217–228). New York: Springer.
  • Harrison, R., & Williamson, C. (2002). After Captain Cook: The Archaeology of the Recent Indigenous Past in Australia. Walnut Creek, CA: AltaMira Press.
  • Hansen, D., & Fowler, J. (2007). Protect and Present—Parks Canada and Public Archaeology in Atlantic Canada. In J. H. Jameson Jr. & S. Baugher (Eds.), Past Meets Present: Archaeologists Partnering with Museum Curators, Teachers, and Community Groups (pp. 321–338). New York: Springer.
  • Hemment, J. (2007). Public Anthropology and the Paradoxes of Participation: Participatory Action Research and Critical Ethnography in Provincial Russia. Human Organization, 66(2), 301-314.
  • Herscher, E., & McManamon, F. P. (1995). Public Education and Outreach: The Obligation to Educate. In M. J. Lynott & A. Wylie (Eds.), Ethics in American Archaeology: Challenges for the 1990s (pp. 42–44). Washington, D.C.: Society for American Archaeology.
  • Hollowell, J. (2006). Moral arguments on subsistence digging. In C. Scarre & G. Scarre (Eds.), The Ethics of Archaeology: Philosophical Perspectives on Archaeological Practice (pp. 69–93). Cambridge United Kingdom: Cambridge University Press.
  • Hollowell-Zimmer, J. (2003). Digging in the Dirt—Ethics and "Low-End Looting". In L. J. Zimmerman, K. D. Vitelli & J. Hollowell-Zimmer (Eds.), Ethical issues in Archaeology (pp. 45–56). Walnut Creek, California: AltaMira Press.
  • Jameson Jr., J. H. (2003). Purveyors of the Past: Education and outreach as Ethical Imperatives in Archaeology. In L. J. Zimmerman, K. Vitelli & J. Hollowell-Zimmer (Eds.), Ethical Issues in Archaeology (pp. 153–162). Walnut Creek, CA: AltaMira.
  • Jeppson, P. L., & Brauer, G. (2007). Archaeology for Education Needs: An Archaeologist and an Educator Discuss Archaeology in the Baltimore County Public Schools. In J. H. Jameson Jr. & S. Baugher (Eds.), Past Meets Present: Archaeologists Partnering with Museum Curators, Teachers, and Community Groups (pp. 231–248). New York: Springer.
  • Jones, B. D., & McBride, K. A. (2006). Indigenous Archaeology in Southern New England Case Studies from the Mashantucket Pequot Reservation. In J. E. Kerber (Ed.), Cross-Cultural Collaboration: Native Peoples and Archaeology in the Northeastern United States (pp. 265–280). Lincoln and London, Nebraska: University of Nebraska Press.
  • Kerber, J. E. (2006a). Introduction. In J. E. Kerber (Ed.), Cross-Cultural Collaboration: Native Peoples and Archaeology in the Northeastern United States (pp. ixx-xxxi). Lincoln and London, Nebraska: University of Nebraska Press.
  • Kerber, J. E. (2006b). Cross-Cultural Collaboration: Native Peoples and Archaeology in the Northeastern United States. Lincoln and London, Nebraska: University of Nebraska Press.
  • Knecht, R. (2003). Tapping into a Sense of Wonder: Community Archaeology and Museum Building in the Aleutian Islands. In L. Derry & M. Malloy (Eds.), Archaeologists and Local Communities (pp. 97–109). Washington, D.C.: Society for American Archaeology.
  • Kuhns, E. (2008). A participatory action research approach to collaborative archaeology, World Archaeological Congress. Dublin, Ireland.
  • Labelle, J. M. (2003). Coffee Cans and Folsom Points: Why We Cannot Continue to Ignore the Artifact Collectors. In L. J. Zimmerman, K. Vitelli & J. Hollowell-Zimmer (Eds.), Ethical Issues in Archaeology (pp. 115–127). Walnut Creek, CA: AltaMira.
  • Liddle, P. (1985). Community archaeology: a fieldworker's handbook of organisation and techniques. Publication 61, Leicester: Leicestershire Museums.
  • Lynott, M. J. (2003). The Development of Ethics in Archaeology. In L. J. Zimmerman, K. D. Vitelli & J. Hollowell-Zimmer (Eds.), Ethical issues in Archaeology (pp. 17–27). Walnut Creek, California: AltaMira Press.
  • Marshall, Y. (2002). What is community archaeology? World Archaeology, 34(2), 211-219.
  • McDavid, C. (2002). Archaeologies that hurt; descendants that matter: a pragmatic approach to collaboration in the public interpretation of African-American archaeology. World Archaeology, 34(2), 303-314.
  • McGuire, R. H. (2008). Archaeology as Political Action. Berkeley, California/Los Angeles/London: University of California Press.
  • Merriman, N. (2004). Public Archaeology. London: Routledge.
  • Miller, D. (1980). Archaeology and Development. Current Anthropology, 21(6), 709-714.
  • Moser, S., Glazier, D., Phillips, J. E., Nemr, L. N. e., Mousa, M. S., Aiesh, R. N., et al. (2002). Transforming archaeology through practice: strategies for collaborative archaeology and the Community Archaeology Project at Quseir, Egypt. World Archaeology, 34(2), 220 - 248.
  • Moshenska, G. 2009. What is Public Archaeology? Present Pasts 1, DOI: https://dx.doi.org/10.5334/pp.7.
  • Najjar, J., & Najjar, R. (2007). Reflections on the Relationship between Education and Archaeology: An Analysis of IPHAN's Role as Collective Educator. Archaeologies: Journal of the World Archaeological Congress, 3(2), 169-178.
  • Nicholas, G. P., & Hollowell, J. H. (2007). Ethical challenges to a postcolonial archaeology. In Y. Hamilakas & P. Duke (Eds.), Archaeology and Capitalism: From Ethics to Politics (pp. 59–82). Walnut Creek, California: Left Coast Press.
  • Pope, P. E., & Mills, S. F. (2007). Outport Archaeology: Community Archaeology in Newfoundland. In J. H. Jameson Jr. & S. Baugher (Eds.), Past Meets Present: Archaeologists Partnering with Museum Curators, Teachers, and Community Groups (pp. 169–186). New York: Springer.
  • Pyburn, A. (2003). Archaeology for a New Millennium: The Rules of Engagement. In L. Derry & M. Malloy (Eds.), Archaeologists and Local Communities (pp. 167–184). Washington, D.C.: Society for American Archaeology.
  • Pyburn, A. K. (2004). Rethinking complex society. In A. K. Pyburn (Ed.), Ungendering Civilization (pp. 1–46). New York, NY: Routledge.
  • Pyburn, A. (2007). Archeology as Activism. In H. Silverman & D. F. Ruggles (Eds.), Cultural Heritage and Human Rights (pp. 172–183). New York: Springer.
  • Pyburn, A. K. (2008a). Public Archaeology, Indiana Jones, and Honesty. Archaeologies: Journal of the World Archaeological Congress, 4(2), 201-204.
  • Pyburn, A. (2008b). The Pageantry of Archaeology. In Q. E. Castañeda & C. N. Mathews (Eds.), Ethnographic Archaeologies: Reflections on Stakeholders and Archaeological Practices (pp. 139–155). Walnut Creek, California: Altamira Press.
  • Rodriguez, T. (2006). Conjunctures in the Making of an Ancient Maya Archaeological Site. In Ethnographies of Archaeological Practice (pp. 161–172). Walnut Creek, California: Altamira Press.
  • SAA. (2004, January 18, 2007). Principles of Archaeological Ethics. Retrieved October 4, 2008, from https://web.archive.org/web/20081221203338/http://www.saa.org/aboutSAA/committees/ethics/principles.html
  • Sabloff, J. A. (2008). Archaeology Matters. Walnut Creek, CA: Left Coast Press.
  • Sanger, D., Pawling, M. A., & G., S. D. (2006). Passamaquoddy Homeland and Language: The Importance of Place. In J. E. Kerber (Ed.), Cross-Cultural Collaboration: Native Peoples and Archaeology in the Northeastern United States (pp. 314–328). Lincoln and London, Nebraska: University of Nebraska Press.
  • Segobye, A. K. (2005). The Revolution Will be Televised: African Archaeology Education and the Challenge of Public Archaeology - Some Examples from Southern Africa. Archaeologies: Journal of the World Archaeological Congress, 1(2), 33-45.
  • Sen, S. (2002). Community boundary, secularized religion and imagined past in Bangladesh: archaeology and historiography of unequal encounter. World Archaeology, 34(2), 346–362.
  • Paul A. Shackel, P. A. (2007). Civic Engagement and Social Justice: Race on the Illinois Frontier. In Archaeology as a Tool of Civic Engagement. In B. J. Little & Paul. A. Shackel (Eds.), Archaeology as a Tool of Civic Engagement, (pp. 243–262). Lanham, MD: AltaMira Press.
  • Sievert, A. K. (2003). Spiro Painted Maces and Shell Cups: The Scientific Use of Artifacts without Context. In R. J. Jeske & D. K. Charles (Eds.), Theory, Method, and Practice in Modern Archaeology (pp. 182–194). Westport, Connecticut/London: Praeger.
  • Singleton, T. A., & Orser Jr., C. E. (2003). Descendant Communities: Linking People in the Present to the Past. In L. J. Zimmerman, K. D. Vitelli & J. Hollowell-Zimmer (Eds.), Ethical Issues in Archaeology (pp. 143–152). Walnut Creek, California: AltaMira Press.
  • Smith, L., Morgan, A., & van der Meer, A. (2003). Tapping into a Sense of Wonder: Community Archaeology and Museum Building in the Aleutian Islands. In L. Derry & M. Malloy (Eds.), Archaeologists and Local Communities (pp. 147–165). Washington, D.C.: Society for American Archaeology.
  • Smith, C., Watkins, J., Wobst, H. M., & Zimmerman, L. J. (2002). Forward. In R. Harrison & C. Williamson (Eds.), After Captain Cook: The Archaeology of the Recent Indigenous Past in Australia (pp. xiii-xx). Walnut Creek, CA: AltaMira Press.
  • Spector, J. D. (1993). What This Awl Means: Feminist Archaeology at a Wahpeton Dakota Village. St. Paul, Minnesota: Minnesota Historical Society.
  • Strand, K., Marullo, S., Cutforth, N., Stoecker, R., & Donohue, P. (2003). Community-Based Research and Higher Education. San Francisco, CA: Jossey-Bass.
  • Trigger, B. G. (2007). A History of Archaeological Thought (2nd ed.). New York, NY: Cambridge University Press.
  • Versaggi, N. M. (2006). Tradition, Sovereignty, Recognition: NAGPRA Consultations with the Iroquois Confederact of Sovereign Nations of New York. In J. E. Kerber (Ed.), Cross-Cultural Collaboration: Native Peoples and Archaeology in the Northeastern United States (pp. 18–31). Lincoln and London, Nebraska: University of Nebraska Press.
  • Watkins, J. (2003). Archaeological Ethics and American Indians. In L. J. Zimmerman, K. D. Vitelli & J. Hollowell-Zimmer (Eds.), Ethical Issues in Archaeology (pp. 130–141). Walnut Creek, CA: AltaMira.
  • Watkins, J. (2006). Forward. In J. E. Kerber (Ed.), Cross-Cultural Collaboration: Native Peoples and Archaeology in the Northeastern United States (pp. xi-xvi). Lincoln and London, Nebraska: University of Nebraska Press.
  • Watson, S., & Waterton, E. (2008). Community Engagement: Collaboration or Contestation, World Archaeological Congress. Dublin, Ireland.
  • Whittaker, J. C. (1994). Flintknapping: Making and Understanding Stone Tools. Austin, Texas: University of Texas Press.
  • Whittaker, J. C. (2004). American Flintknappers: Stone Age Art in the Age of Computers Austin, Texas: University of Texas Press.
  • Wille, S. J. (2008). Museum Archaeology Education: Can Archaeology Be Socially Relevant In Urban School Settings?, World Archaeological Congress. Dublin, Ireland.
  • Wiynjorroc, P., Manabaru, P., Brown, N., & Warner, A. (2005). We just have to show you: research ethics blekbalawei. In C. Smith & H. M. Wobst (Eds.), Indigenous Archaeologies: Decolonizing Theory (pp. 316–327). London and New York: Routledge.
  • Wobst, H. M. (1978). The Archaeo-Ethnology of Hunter-Gatherers or the Tyranny of the Ethnographic Record in Archaeology. American Antiquity, 43(2), 303-309.
  • Wobst, H. M. (2005). Power to the (indigenouous) past and present! Or: The theory and method behind archaeological theory and method. In C. Smith & H. M. Wobst (Eds.), Indigenous Archaeologies: Decolonizing Theory (pp. 17–32). London and New York: Routledge


  • v
  • d
  • e
História


Teoria
Técnicas
Subdisciplinas
Cronológica
Geográfica
Metodológica
Temática
Por país
Relacionados
  • Página de categoria Categoria
  • Portal Portal da Arqueologia
  • Commons Commons
  • Portal da arqueologia