Melânia, a Jovem

Santa Melânia, a Jovem
Melânia, a Jovem
Melânia, a Jovem em Iluminura do Menológio de Basílio II.
Nascimento 383
Roma
Morte 31 de dezembro de 439
Jerusalém
Veneração por Igreja Católica

Igreja Ortodoxa

Festa litúrgica 31 de dezembro
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Melânia, a Jovem (Roma, c. 383 - Jerusalém, 31 de dezembro de 439) é uma santa cristã e Mãe do Deserto que viveu durante o reinado do imperador Honório (r. 395–423).

Vida

A infância de Melânia é muita obscura devido a escassez de fontes. Nascida em Roma aproximadamente em 383, era filha de Albina e Publícola e neta de Melânia, a Velha. Casou-se aos 13 anos com Valério Piniano e teve com dois filhos que faleceram infantes. Aos 20 anos, decidiu viver em continência com seu marido e ambos devotaram-se a vida religiosa.[1] Venderam as propriedade delas na Itália, Sicília, África e Britânia e usaram o dinheiro em obras de caridade. Sabe-se que Melânia ainda tinha uma propriedade na Hispânia, que ela vendeu ao chegar na Palestina, e todo seu patrimônio rendia-lhe 120 000 soldos anuais.[2]

Em decorrência das invasões visigóticos da Itália lideradas por Alarico e Ataulfo, ela deixou Roma em 408 e pelos dois anos seguintes viveu com seu marido próximo de Messina, na Sicília, onde viveram uma vida monástica com ex-escravos. Em 410, foram à África com sua mãe, onde viveram por sete anos, tempo no qual mantiveram contato com Agostinho e Alípio. Ela devotou seu tempo a obras de caridade e piedade, construindo um convento no qual tornou-se superior e um claustro que Piniano ficou encarregado. Em 417, foram a Alexandria, no Egito, e então à Palestina, onde se instalaram.[1]

Por um ano viveram em um hospício para peregrinos em Jerusalém onde encontraram-se com Jerônimo. Por esta época, Melânia viajou pelo Egito onde visitou diversos locais monásticos e eremíticos e depois retornou para Jerusalém onde viveu por 12 anos num eremitério próximo do Monte das Oliveiras. Antes da morte de sua mãe em 431, iniciou a construção de um convento perto do Monte das Oliveiras, do qual assumiu a manutenção enquanto recusou-se a tornar-se sua superior, e após a morte de seu marido construiu um claustro para homens, uma capela e depois uma igreja.[1]

Em 437, foi para Constantinopla, onde ajudou na conversão de seu tio Volusiano, que estava na corte de Teodósio II (r. 408–450) como embaixador, e no conflito com o nestorianismo. Em 439, encontrou-se com a imperatriz Élia Eudócia (r. 421–450) durante sua peregrinação na Palestina. Melânia faleceu em Belém em 31 de dezembro do mesmo ano. Santo Agostinho dedicou-lhe seu livro Sobre a Graça e Pecado (De Gratia et Peccato).[1][2]

Culto

A Igreja Ortodoxa começou a venerá-la pouco depois de sua morte, mas foi quase desconhecida na Igreja Católica por muitos anos. Ela recebeu maior atenção desde a publicação de sua vida pelo cardeal Mariano Rampolla em Roma em 1905. Em 1908, papa Pio X (r. 1903–1914) conferiu-lhe ofício na congregação do clero em Somarcha. Isso pode ser considerado como o começo de um zeloso culto eclesiástico, para o qual a vida e as obras do santo têm intitulado-a. A vida de Melânia foi envolta em obscuridade até quase os dias atuais; muitas pessoas confundiram-a inteiramente ou parcialmente com sua avô homônima. O conhecimento preciso de sua vida provém da descoberta de dois manuscritos; o primeiro, em latim, foi encontrado por Rampollo no Escorial em 1884, o segundo, uma biografia em grego, está na Biblioteca Barberini. Rampollo publicou ambas as descobertas no Vaticano.[1]

Linhagem

Linhagem de Lúcio Vipstano Messala
  • Lúcio Vipstano Messala, orador (c. 45 – c. 80)
    • Lúcio Vipstano Messala, cônsul em 115 (c. 75 – depois de 115)
      • Lúcio Vipstano Cláudio Poplícola Messala[3] (c. 105 – depois de 140)
        • Lúcio Valério Messala Trásea Prisco[4], cônsul em 196 (c. 156 – c. 212)
          • Lúcio Valério Messala Apolinário[5], cônsul em 214 (? – ?)
            • Lúcio Valério Cláudio Acílio Prisciliano Máximo[6][7], cônsul em 256 (? – ?)
              • Lúcio Valério Poplícola Balbino Máximo[7], cônsul em 253 (? – ?)
                • Lúcio Valério Messala[8], cônsul em 280 (? – ?)
                  • Lúcio Valério Máximo Basílio[8][9], prefeito urbano de Roma em 319 (? – ?)
                    • Lúcio Valério Máximo Basílio[10][9], cônsul em 327 (? – ?)
                      • Lúcio Valério Setímio Basso, prefeito urbano de Roma em 379 ou 383 (c. 328 – depois de 379 ou 383)
                        • Valério Adelfo Basso (c. 360 – depois de 383)
                          • Valério Adelfo (nascido c. 385)
                            • Adélfia (c. 410 – depois de 459)
                      • Valério Máximo Basílio[8][9], prefeito urbano de Roma em 361 (c. 330 – depois de 364)
                        • Valério Publicola (? – ?)
                          • Melânia, a Jovem[11], santa cristã (c. 383 – 31 de dezembro de 439)
                            • Dois filhos, morreram jovens
                        • Outros dois filhos
                      • Valéria (? – ?), não se sabe se teve filhos


Referências

  1. a b c d e Schlitz 1911.
  2. a b Martindale 1971, p. 593.
  3. Settipani 2000.
  4. Mennen 2011, p. 123.
  5. Mennen 2011, p. 125.
  6. Settipani 2000, p. 227-228.
  7. a b Mennen 2011, p. 124.
  8. a b c Mennen 2011, p. 127.
  9. a b c Settipani 2000, p. 229.
  10. Potter 2004, p. 389.
  11. Schlitz 1911.

Bibliografia

  • Schlitz, C. (1911). «St. Melania (the Younger)». Enciclopédia Católica. Nova Iorque: Robert Appleton Company 
  • Martindale, J. R.; Jones, Arnold Hugh Martin; Morris, John (1971). «Melania 2 (the younger)». The prosopography of the later Roman Empire - Vol. I AD 260-395. Cambridge e Nova Iorque: Cambridge University Press  A referência emprega parâmetros obsoletos |coautor= (ajuda)
  • Mennen, Inge (2011). Power and Status in the Roman Empire, AD 193-284. Leida: Brill. ISBN 9789004203594