Ultrassom Focado de Alta Intensidade (HIFU)

Ultra-som focalizado de alta intensidade (HIFU  - High Intensity Focused ultrasound) é uma tecnologia inovadora aplicada à medicina.

O mecanismo vale-se de um feixe concentrado de ondas ultrassônicas em determinado alvo. As ondas ultrapassam isoladamente tecidos sem interação, exceto no alvo a que convergem. Nesse ponto, há os efeitos termomecânicos (ablação). Geralmente é assistido por mecanismos de imagem, com ultrassom (comum) ou ressonância magnética, de modo a orientar a intervenção do cirurgião. 

Usos médicos

As ondas possuem muito mais energia, muito mais concentrada, e com frequências distintas, do ultrassom tradicional, que visa a diagnósticos. No Brasil, o uso mais consolidado é para o tratamento de câncer prostático, com perspectivas para aplicação futura em tecidos renais. Os centros disponíveis para tratamento localizam-se em:

  • Curitiba - Hospital Nossa Senhora das Graças (Dr. Marcelo Bendhack, equipamento Sonacare[1]), desde 2011;
  • São Paulo - (Dr. Marcelo Bendhack, equipamento Sonacare), desde 2015;
  • São Paulo - Hospital A.C. Camargo (Dr. Gustavo Guimarães, equipamento Ablatherm[2]), desde 2011;
  • São Paulo - Hospital Brigadeiro, ou "Hospital do Homem" (Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo, equipamento Ablatherm[3]), desde 2015
  • São Paulo - a partir de 2019 o tratamento se disseminou em outros grandes centros de referência (Einstein, Moriah, 9 de Julho)[4]

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O câncer de próstata

Em 2015, o FDA autorizou dois dispositivos (Sonacare e Ablatherm).[5]

Essa aplicação de HIFU possui as primeiras publicações nos anos 90, mas apenas a partir de 2010 surgiram os primeiros artigos relatando números expressivos de pacientes (>1000) acompanhados por mais de 10 anos. Os resultados apontam recidivamento equivalente às opções mais invasivas e tradicionais, com drástica redução dos relatos de incontinência urinária, disfunção erétil e outros riscos vasculares e cirúrgicos. Não há histórico de mortalidade durante a realização da técnica ou por complicações dela decorrentes[6]

No Brasil, o tratamento é aprovado pela ANVISA[7], adotado pela Secretaria de Saúde de São Paulo [8], mas encontra forte resistência, pelos seus custos, dos Planos de Saúde, não estando previsto no Rol exemplificativo de coberturas mínimas em todo território nacional da ANS[9]. Devido ao elevado investimento e treinamento no exterior necessários ao médico que o deseje aplicar aos seus pacientes, bem como pelos impactos financeiros negativos sobre cooperativas médicas e adeptos dos métodos tradicionais, encontra também resistências entre alguns segmentos da Urologia no Brasil[10].

O uso de terminal transretal orientado por ultrassom permite uma ablação mais focal em muitos casos, com menor dano possível ao tecido.

Referências

  1. «Primeiro Tratamento em Curitiba» 
  2. «AC Camargo HIFU robótico» 
  3. «Hospital Brigadeiro adota HIFU» 
  4. «Ultrassonografia de alta frequência é nova arma contra câncer de próstata». 30 de agosto de 2019 
  5. http://www.accessdata.fda.gov/cdrh_docs/pdf15/DEN150011.pdf[ref. deficiente]
  6. «High-Intensity Focused Ultrasound for the Treatment of Prostate Cancer: A Review.». US National Library of Medicine National Institutes of Health. 30 de abril de 2017  |nome1= sem |sobrenome1= em Authors list (ajuda)
  7. «ANVISA HIFU» 
  8. «SUS SP HIFU» 
  9. «ANS Resolução 387» 
  10. «Experimental?»